Nos últimos dias, dois contatos de profissionais ambos são
executivos seniores, com experiência e altas posições no currículo, mas
estão buscando emprego e não encontram vagas que correspondam às expectativas.
Um desses
profissionais acredita que pode estar pedindo uma remuneração que o mercado
considera alta demais. O outro imagina que seu insucesso em encontrar uma nova
posição deve-se à senioridade do seu último cargo, de diretoria. Ambos pensam
em ajustar suas expectativas para o que o mercado oferece, revendo o salário
pretendido ou até mesmo candidatando-se para uma posição abaixo da que
costumava ocupar.
Essa é uma situação
relativamente comum quando um profissional sênior quer se recolocar: além da
ansiedade em conseguir uma nova oportunidade rapidamente, muitos baseiam a
pretensão salarial ou de cargos na última posição que ocuparam. Isso pode ser
um erro. As empresas possuem organogramas variados: um gerente em uma companhia
é um superintendente em outra, um diretor em uma terceira. Os sistemas de
cargos são tão diferentes quanto as empresas são entre si – o que interessa é o
escopo de atuação do profissional, se há ou não gestão de pessoas, quais serão
os interlocutores, que responsabilidades e desafios terá o cargo.
Outra diferença comum
entre as empresas é o salário. Além do fixo, o profissional deve considerar
bônus, benefícios e até mesmo a remuneração não-financeira como desafios, relacionamento,
flexibilidade e outros itens. Se mesmo assim a balança continuar desigual, vale
a pena reconsiderar o valor do último contracheque. Isso porque as empresas não
estão mais dispostas a pagar os altos salários que foram praticados em anos
como 2006, 2007 e 2010.
Por último, vale uma
reflexão. Um profissional com anos de experiência e bagagem é um ativo precioso
para uma empresa, mas esse tipo de vaga é mais escasso e o tempo de recolocação
pode ser maior que o esperado. Não é incomum que um profissional em nível de
diretoria chegue a ficar quase um ano em busca de uma nova oportunidade. Nesse
caso, a recomendação é rever as expectativas e até mesmo considerar outros
modelos de trabalho, como o temporário, por exemplo. Afinal de contas, é
preciso se reinventar para se manter competitivo.
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