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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

5 QUALIDADES DE CHEFES INESQUECÍVEIS


Chefes inesquecíveis não são bons no papel. Os chefes inesquecíveis são baseados em suas ações.

Resultado é tudo, mas não os resultados que você pode estar imaginando.

Consistentemente faça essas cinco coisas e todas as demais se seguirão. Você e seu negócio se beneficiarão muito.

Isso é muito importante, assim como seus colaboradores.

1) Desenvolver cada colaborador – é claro que você pode colocar seus objetivos próprios em primeiro lugar. Mas se fizer isso, colocará a carroça da liderança à frente dos bois. Sem grandes colaboradores, nenhuma quantidade de foco em metas e objetivos será suficiente. Colaboradores só conseguem conquistar o que são capazes, então é seu trabalho ajudar os colaboradores a serem mais hábeis para que eles, e seu negócio, conquistem mais coisas. É seu trabalho prover treinamento, orientação e oportunidades que seus colaboradores precisam e merecem. Quando você faz isso, você transforma o processo relativamente chato de rever resultados e acompanhar a produtividade em algo com muito mais significado para seus colaboradores: Progresso, desenvolvimento e conquistas pessoais;

2) Lidar com os problemas imediatamente – nada mata mais rápido a moral de uma equipe do que problemas que não são resolvidos. Disputas interpessoais, problemas de desempenho, rixas entre departamentos ou qualquer outro impacto negativo na motivação e entusiasmo da equipe. Além disso, eles criam distração uma vez que problemas pequenos nunca são resolvidos. Lembre-se que pequenos problemas crescem rápido e se tornam grandes problemas. Outro fator importante é que se você ignora um problema, seu colaborador deixa de te respeitar imediatamente e, sem respeito, você não pode liderar.

3) Resgatar seu pior colaborador – Com frequência temos pelo menos um colaborador que caiu em desgraça por falhar ao completar um tarefa, perdeu a calma durante uma reunião ou simplesmente por não poder ser mantido na equipe. Com o tempo este colaborador passou a ser visto por seus pares, e por você, como um elo fraco da corrente. Antes de removê-lo da equipe, coloque esforço máximo em tentar resgatar aquela pessoa. Não abaixe seus padrões. Apenas siga treinando e orientando-o na direção correta. Garanto que em algumas vezes isso não funcionará. Não se chateie. Seu esforço será sua maior recompensa. Ocasionalmente você conseguirá reverter a situação e você terá feito uma tremenda diferença em sua vida. Nada pode bater esta satisfação.

4) Servi aos outros, não a você mesmo – Jamais diga ou faça alguma coisa que o coloque no centro das atenção. Nunca parabenize um funcionário para ficar se gabando por alguns momentos de como você teria feito. Se você sair sem dizer algo, não diga. Sua glória deve ser sempre refletida, mas nunca direto. Quando seus colaboradores são excelentes, você é excelente. Quando sua equipe é bem sucedida, seu negócio é bem sucedido. Quando você salva um colaborador na corda-bamba e ele se torna inesquecível, lembre-se que o mérito é dele e não seu. Você está apenas fazendo o trabalho que um chefe inesquecível faz. Quando você constantemente age como se você fosse menos importante que seus colaboradores, todos saberão quão importante você é.

5) Lembrar de suas origens – Já viu uma cena onde um caçador de autógrafos é simplesmente ignorado por um atleta famoso? É bem provável que você diga: “Eu jamais faria algo semelhante se fosse ele.”. Na verdade, você faz. Para alguns colaboradores, principalmente os novatos, você é, pelo menos, levemente famoso. É você quem está no comando. Você é o chefe. É justamente por isso que um colaborador que puxa um assunto um tanto quanto insignificante quer, um pouco de atenção sua. Quando isso acontece, você tem uma escolhe. Você pode simplesmente explodir ou pode ver o momento através de sua importância verdadeira. Quanto melhor você classificar o momento, maior será o impacto que você poderá causar. E maior será sua responsabilidade em causar o impacto.

E você? O que falta para se tornar um chefe inesquecível?

Como você quer ser lembrado por seus colaboradores?

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O JOGO DOS 7 ERROS DO PÓS VENDA



1. Presumir que não é necessário entrar em contato com o cliente pós compra. De todos os erros, esse, digamos, é o mais comum. A grande maioria das empresas julga-se como indispensável na vida de seus consumidores; até perceberem, tardiamente, que muitos estão saindo pela porta dos fundos. Caros leitores, em pleno século XXl e ainda há empresas que acham que sabem tudo. Acredita que basta fazer o feijãozinho com arroz, não fazer marola, que tudo dará certo. O Pós Venda é um instrumento poderoso e mal utilizado. Quem imaginaria a Embraer não entrar em contato com seus clientes, após a compra de um de seus produtos? Guardada as devidas proporções, quantas concessionárias de veículos, realizam o Pós Venda, a fim de saber da experiência de compra de seus clientes? Ou mesmo, para saber se está tudo OK. Morrem mais pessoas nas estradas do que acidentes aéreos, certo? Poucas são as empresas que realizam um Pós Venda sério e bem feito.

2. Enviar mala direta e entupir a caixa de correios do cliente com falsas promoções e assuntos vazios. Infelizmente ainda há empresas que se contentam com o basicão. Mala direta parece a panaceia e a cura para todo Pós Venda. Como não é preciso muito exercício intelectual, Control C+ Control V e pronto; basta clicar "enviar". Todos na empresa ficam felizes e com a sensação do dever cumprido. Do outro lado, o pobre do cliente, que sustenta muitos negócios, vive tendo que atualizar seu anti spam e perdendo seu precioso tempo deletando todo o lixo.

3. Telefonar ao cliente desnecessariamente com papo furado. Uma das formas de se realizar Pós Venda, é por telefonar aos clientes. Devido ao crescimento da telefonia móvel, fica cada vez mais fácil à comunicação via celular. No entanto, na hora de telefonar, por falta de treinamento, algumas empresas telefonam para falar "abobrinha" ao cliente. Quando decidir usar o telefone, tenha certeza que terá algo relevante para comunicar. Seja gentil rápido e objetivo.

4. Tratar o cliente de forma genérica. Todos os consumidores apreciam ser tratados de forma exclusiva. Tratamento personalizado é a fórmula do sucesso no atendimento. Enviar e-mails, mala direta ou qualquer outra ação, onde o cliente é reconhecido como apenas "mais um" pode não dar os melhores resultados. Uma dica que recebi recentemente é usar o SMS como forma de realizar um "Pós Venda" exclusiva. De acordo com a fonte, 94% das mensagens enviadas via SMS são lidas. 88% dos brasileiros utilizam SMS.

5. Não interagir com o cliente nas mídias sociais. As mídias sociais são uma realidade e um excelente aplicativo de interatividade com os clientes. Caso o cliente utilize uma conta em uma rede social, tente interagir. Dê sugestões, participe com ideias, faça perguntas inteligentes, fale de sua empresa de forma criativa. Estreite relacionamento. Pode até não dar certo, mas com certeza, não fazer nada, significa desperdiçar uma boa oportunidade.

6. Quando o cliente dá algum feedback negativo, tratá-lo como um cliente "chato". Como sempre aconselhou Dale Carnegie, as reclamações devem ser encaradas como benção; como uma excelente oportunidade de realinhar estratégias. Quando o cliente reclama de alguma coisa, não pense como alguns alienados, que sua empresa não falha. Reconhecer que há falhas, significa que estamos ao lado do consumidor e que há intenção de corrigir às possíveis falhas.

7. Fazer o que todo mundo está fazendo. Não adianta introduzir uma campanha “apenas para constar.” Seguir a manada pode não ser uma boa ideia. Nem sempre a maioria tem razão. Temos dificuldades em abandonar a zona de conforto, o mesmo acontece com as empresas. "Novas ideias" são logo rechaçadas. Acredito que a melhor ideia seja fazer aquilo que a concorrência não esteja realizando. Procurar por algo inovador e eficiente.


Uma vez me perguntaram se o Pós Venda pode ser realizado com toda sua carteira de clientes? Seria necessário uma estrutura gigante e muito recurso financeiro. Assim, recomendo que aplique a regra de "Pareto".(20-80) Comece com os 20% dos clientes que são responsáveis pelos 80% do faturamento de sua empresa.
O Pós Venda é necessário para o estreitamento do relacionamento com os clientes, que gera confiança, que gera venda. Se sua empresa deseja melhorar seus resultados, aí está uma das ferramentas à sua disposição.
Um grande abraço,

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

REFLEXÃO


Insubstituível

 

Na sala de reunião de uma multinacional o diretor nervoso fala com sua equipe de gestores.
Agita as mãos, mostra gráficos e, olhando nos olhos de cada um ameaça: "ninguém é insubstituível" .
A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em meio ao silêncio.
Os gestores se entreolham, alguns abaixam a cabeça.
Ninguém ousa falar nada.
De repente um braço se levanta e o diretor se prepara para triturar o atrevido:
- Alguma pergunta?
- Tenho sim.
- E Beethoven ?
- Como? - O encara o diretor confuso.
- O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substituiu Beethoven?
Silêncio.....
O funcionário fala então:
- Ouvi essa estória esses dias contada por um profissional que conheço e achei muito pertinente falar sobre isso.
Afinal as empresas falam em descobrir talentos, reter talentos, mas, no fundo continuam achando que os profissionais são peças dentro da organização e que, quando sai um, é só encontrar outro para por no lugar.

Quem substituiu Beethoven? Tom Jobim? Ayrton Senna? Ghandi? Frank Sinatra? Garrincha? Santos Dumont? Monteiro Lobato? Elvis Presley? Os Beatles? Jorge Amado? Pelé? Paul Newman? Tiger Woods? Albert Einstein? Picasso? Zico? etc...
Todos esses talentos marcaram a história fazendo o que gostam e o que sabem fazer bem, ou seja, fizeram seu talento brilhar. E, portanto, são sim insubstituíveis.
Cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionado para alguma coisa.
Está na hora dos líderes das organizações reverem seus conceitos e começarem a pensar em como desenvolver o talento da sua equipe focando no brilho de seus pontos fortes e não utilizando energia em reparar seus 'erros/ deficiências' .
Ninguém lembra e nem quer saber se Beethoven era surdo , se Picasso era instável , Caymmi preguiçoso , Kennedy egocêntrico, Elvis paranóico ...
O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado de seus talentos.
Cabe aos líderes de sua organização mudar o olhar sobre a equipe e voltar seus esforços em descobrir os pontos fortes de cada membro. Fazer brilhar o talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto.
Se seu gerente/coordenador , ainda está focado em 'melhorar as fraquezas' de sua equipe corre o risco de ser aquele tipo de líder/ técnico, que barraria Garrincha por ter as pernas tortas, Albert Einstein por ter notas baixas na escola, Beethoven por ser surdo. E na gestão dele o mundo teria perdido todos esses talentos.
Seguindo este raciocínio, caso pudessem mudar o curso natural, os rios seriam retos não haveria montanha, nem lagoas nem cavernas, nem homens nem mulheres, nem sexo, nem chefes nem subordinados . . . apenas peças.


Nunca me esqueço de quando o Zacarias dos Trapalhões 'foi pra outras moradas'. Ao iniciar o programa seguinte, o Dedé entrou em cena e falou mais ou menos assim: "Estamos todos muito tristes com a 'partida' de nosso irmão Zacarias... e hoje, para substituí-lo, chamamos:... . Ninguém ... pois nosso Zaca é insubstituível"

Portanto nunca esqueça: Você é um talento único... com toda certeza ninguém te substituirá!


"Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo..., mas posso fazer alguma coisa. Por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso."

"No mundo sempre existirão pessoas que vão te amar pelo que você é..., e outras..., que vão te odiar pelo mesmo motivo..., acostume-se a isso..., com muita paz de espírito. ..".
É bom para refletir e se valorizar!

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

10 LIÇÕES DO JAPÃO


10 LIÇÕES DO JAPÃO

 

1-      A CALMA: nenhuma imagem de gente se lamentando, gritando e reclamando que “havia perdido tudo”. A tristeza por si só já bastava.

2-      A DIGNIDADE: filas disciplinadas para água e comida. Nenhuma palavra dura e nenhum gesto de desagravo.

3-      A HABILIDADE: Arquitetos fantásticos, por exemplo. Os prédios balançaram, mas não caíram.

4-      A SOLIDARIEDADE: As pessoas compravam somente o que realmente necessitavam no momento. Assim todos poderiam comprar alguma coisa.

5-      A ORDEM: Nenhum saque a lojas. Sem buzinaço e tráfego pesado nas estradas. Apenas compreensão.

6-      O SACRIFICIO: Cinqüenta trabalhadores ficaram para bombear água do mar para os reatores da usina de Fukushima. Como poderão ser recompensado.

7-      O DESPREENDIMENTO E A TERNURA: Os restaurantes  cortaram pela metade seus preços. Caixas eletrônicas deixados sem qualquer tipo de vigilância. Os fortes cuidavam dos fracos.

8-      O TREINAMENTO: de velhos e jovens, todos sabiam o que fazer e fizeram exatamente o que lhes foi ensinado.

9-      A IMPRENSA: Mostrou enorme discrição nos boletins de noticias. Nada de reportagens sensacionalistas. Apenas calmas reportagens dos fatos.

10-   A CONSCIÊNCIA: Quando a energia acabava em uma loja, as pessoas recolocavam as mercadorias nas prateleiras e saiam calmamente.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

PLANEJAR OU EXECUTAR



 
Por: Alexandre Freire

“A maioria das estratégias falha porque não é bem executada”, disse Larry Bossidy, ex-presidente da Honeywell. Já a revista Fortune publicou a seguinte frase: “Menos de 10% das estratégias efetivamente formuladas são efetivamente executadas”.

É sobre o elo entre o planejamento e execução que jaz o sucesso de qualquer projeto. Um estudo conduzido pela empresa de consultoria Ernst & Young, Measures That Matter, (Ernst & Young LLP, 1998), revelou os fatores não-financeiros que influenciam a avaliação dos acionistas em relação a seus investimentos em empresas:

1. Execução da estratégia

2. Credibilidade dos executivos

3. Qualidade da estratégia

4. Inovação (novos produtos)

5. Atração de pessoas talentosas

6. Market share

Este estudo mostra claramente a importância da qualidade da gestão no que se refere à execução das estratégias. Porém, independentemente do país, a ênfase dada pelos gestores de empresas tem sido em planejamento. Mas é na execução que os problemas, obstáculos e desafios realmente acontecem. Fazer acontecer é o grande gargalo das empresas, e por que não dizer, dos projetos.

 

Contexto

– Normalmente, falamos em planejamento estratégico, administração estratégica, balanced scorecard , e tudo que possamos utilizar que nos ajude a criar a estratégia certa. A questão é que não basta ter a estratégia certa. A menos que as grandes idéias sejam traduzidas em passos concretos de ação, a estratégia será inútil. Quando olhamos para o ano que passou, e identificamos os maus resultados, as pessoas tendem a culpar a estratégia. Cuidado! O problema pode estar na execução. Para fazer acontecer, significa, antes de tudo, atentar para alguns pontos:

1. Buscar comprometimento interno

2. Ter as pessoas certas nos lugares certos

3. Recompensar quem faz

4. Ter disciplina

5. Buscar comprometimento interno

Para fazer acontecer, o plano estratégico da empresa deve ser elaborado e pertencer àqueles que vão executá-lo, isto é, o pessoal de linha. Afinal, eles estão na ponta, conhecem o ambiente e as habilidades da empresa. Eles estão no centro das operações e do mercado.

Poder x motivação

– Quem já trabalhou com um chefe dotado de personalidade centralizadora sabe o que é se sentir menor, inexpressivo e irrelevante. O chefe gera medo, o líder gera respeito. O poder, caros amigos, não está mais nas mãos dos que centralizam a informação. O poder está nas mãos daqueles que as descentralizam e, acima de tudo, disseminam o conhecimento durante o processo de planejamento e execução. Será que um participante da equipe consegue sentir-se motivado ao mesmo tempo em que se sente secundário no projeto?

Eis uma tarefa importante para o líder consciente: fazer com que a equipe sinta que está trabalhando com ele e não para ele. Isso ajuda a criar um sentimento de importância de si mesmo e de seu trabalho. Isso mantém o moral da equipe em alta. Infelizmente, nas organizações brasileiras, temos poucos exemplos de líderes natos.

Temos mesmo são exemplos de chefes, que ainda perduram em posições de comando porque ou são donos do empreendimento ou ainda não tiveram concorrência à altura. James Hunter, autor do livro O monge e o executivo, diz: “Ao pedirmos às pessoas que lideramos que se tornem o melhor que puderem, que se esforcem no sentido de se aperfeiçoarem sempre, devemos também demonstrar que nós, como líderes, estaremos também empenhados em crescer e nos tornarmos o melhor que pudermos. Isso requer compromisso, paixão, investimento nos liderados e clareza por parte do líder a respeito do que ele pretende conseguir do grupo”.

Um bom processo de planejamento é uma das melhores formas de ensinar seu pessoal sobre com executar, e de comprometê-los com a execução. O papel do líder é indispensável neste momento. Mas cuidado com as reuniões: elas podem se tornar um inimigo do projeto. Estudos revelam que metade de todo o tempo gasto em reuniões é simplesmente improdutivo! Esquecemos de que o tempo é o único insumo empresarial do mundo que não há como recuperar.

Ter as pessoas certas nos lugares certos

– Para fazer acontecer, precisamos de pessoas certas nos lugares certos. O erro principal é cometido quando nos cercamos de pessoas chamadas “gente boa”, aquelas que sempre concordam conosco, pensam exatamente como nós e seguem nosso modelo de agir corretamente.

As pessoas certas são aquelas que desafiam, de maneira positiva, os processos, o modus operandi e são melhores que nós mesmos em determinadas áreas. Os lugares certos serão determinados pela sua capacidade de identificar as competências e atitudes de cada pessoa em relação às necessidades de cada estratégia a ser executada. Achar a personalidade de um candidato em sintonia com a cultura da empresa é a chave para satisfazer clientes, aumentar a produtividade e diminuir a rotatividade. Esta regra funciona na hora da escolha da equipe do projeto.

Conhecimento técnico se adquire com o tempo, mas a atitude vem de berço. Fernando Tigre, ex-presidente da Kaiser, disse uma vez: “Certas vezes, somos chamados a escolher entre nossos valores e poder, dinheiro e outras tentações. Meu conselho: sempre opte pelos valores. Ao longo da vida e da carreira, você é reconhecido por eles. Sirva de exemplo para os seus funcionários”.

Sugiro um novo paradigma para contratação de funcionários ou para formação de equipes de projetos: a busca pela atitude! Enquanto muitas empresas ainda buscam um currículo vistoso, um número crescente de organizações tem priorizado a atitude do candidato. Imagine-se em uma fila de check in de uma empresa aérea… Responda o que realmente conta neste momento:

1) Se a atendente é formada em Harvard? ou

2) Se ela é simpática, atenciosa, eficiente e só falta lhe carregar até a sua poltrona dentro do avião?

Hal Rosenbluth, presidente da agência de viagens Rosenbluth International, disse uma vez: “Não estamos em busca de habilidades técnicas, mas de pessoas simpáticas. Podemos treiná-las para fazer algo técnico, mas não podemos torná-las agradáveis”.

Já a Southwest Airlines, diz: “A contratação começa pela busca de pessoas com boa atitude – é o que procuramos: pessoas que gostem de servir os outros”.

Vejam que em ambas as empresas, com faturamento de bilhões de dólares e referências em alto desempenho, as pessoas são vistas como meios de produção, e não mais como recursos de produção. Um ótimo vendedor não necessariamente se dará bem como gerente de vendas! Toda organização precisa das pessoas certas nos lugares certos. Se a pessoa for adequada ao cargo, ela crescerá e tomará decisões cada vez melhores à medida que apreciar o trabalho e seus resultados.

Assim, você ajuda a criar a cultura da execução. Não é a capacitação técnica em si que garantirá o sucesso da execução do projeto. Não é o inglês fluente sozinho que fará com que a estratégia bem pensada pela gerência saia do papel para a realidade. Nem mesmo as habilidades e competências diferenciadas de um grupo de pessoas serão suficientes para levar a cabo o projeto escolhido pela alta direção da organização. As pessoas certas são aquelas que apresentam atitudes e competências adequadas ao lugar onde elas estarão desempenhando suas atividades. Quanto mais próximos do cliente final as pessoas estiverem, mais importante se torna a questão da atitude.

Basta observar que as reclamações de clientes ou conflitos internos nas empresas acontecem em função de relacionamento, e não necessariamente em razão da incompetência técnica. A execução de um planejamento deve ser simples. Nada de complicar o óbvio! Se seu projeto exige uma pessoa com senso de humor, como no caso de uma campanha de publicidade, para que exigir espanhol fluente da equipe?

Recompensar quem faz

– Em terceiro, temos que recompensar quem faz. Parece óbvio, mas não é. Muitos de nós não distinguimos entre aqueles que atingem resultados dos que não atingem, ou seja, os que fazem acontecer e os que não fazem. Falta firmeza emocional de nossa parte para recompensar somente os primeiros. Mantemos os que são apenas razoáveis, recompensando todos da mesma forma. Assim, não criamos uma cultura de execução. Para gerar uma cultura corporativa empreendedora, com alma executora, almeja-se que funcionários e departamentos se tornem integrados e parceiros, gozando de autonomia e independência para iniciar e conduzir projetos de alto valor agregado. Existem hoje muitas organizações simplesmente iguais, com funcionários iguais, com personalidades, currículos e experiências iguais, gerando idéias e pensamentos iguais, produzindo resultados iguais, em formas iguais, com qualidade e preços iguais. No final, o resultado não poderia ser outra coisa a não ser termos empresas iguais.

Resultado: Com raras exceções, a maioria dos produtos está se tornando commodity. Saber como ganhar dinheiro é uma coisa, mas existe outra igualmente importante: realizar as tarefas, executar o planejado e fazer as coisas acontecerem. Todo líder de projeto ou de uma organização sabe que no mundo dos negócios não existe linha de chegada. Eles sabem que devem apresentar bons resultados dia após dia, de forma incansável, ao longo de sua vida profissional. Alcançar resultados é o que dá energia a uma empresa. Você pode ter todas as prioridades definidas para seu projeto. Mas, como na prática você vai conseguir com que o trabalho seja feito? A menos que você seja um super-homem, uma supermulher ou um grande centralizador, não conseguirá executar todas as tarefas sozinho. Você certamente vai precisar do auxílio de outras pessoas para fazer acontecer e executar todo o trabalho.

Líder de negócios x líder de pessoas

– Seja como presidente, diretor, gerente, como supervisor ou líder de projeto, você precisa ser um líder de negócio – e, acima de tudo, um líder de pessoas. Um líder de negócio sabe o que fazer. Um líder de pessoas vai além: sabe estimular os esforços da equipe, sabe “puxar” e expandir a capacidade delas e alinhar esses esforços para atingir os resultados esperados no planejamento.

A Southwest Airlines, empresa de aviação civil americana, tem uma política clara para contratar as pessoas certas para os lugares certos. A empresa não mantém os funcionários que não se adaptam à sua cultura. Isso é um elemento central, pois, do contrário, eles se transformam num câncer dentro da organização. Se forem contra tudo aquilo em que a organização acredita, apóia e defende, o resultado é que acabarão infectando outros funcionários. E embora seja uma coisa dura de se fazer, o fato é que deixá-lo ir embora é um favor a ele mesmo, pois poderá ir para um lugar onde se sinta mais feliz e adequado.

O Grupo Algar, de Uberlândia, lançou um programa chamado Cultura Comercial. O objetivo é fazer com que todos os executivos fiquem de olho nas oportunidades que porventura apareçam para vender os serviços das 17 empresas do grupo. Outro objetivo do programa é fazer com que os funcionários, independentemente da patente, fiquem de olho em possíveis falhas ou oportunidades de negócios. Mesmo que os serviços, as falhas e/ou oportunidades não estejam dentro de sua área de atuação ou empresa. Aqueles que fazem acontecer, ou seja, prospectam oportunidades ou ficam de olho em falhas que acontecem nos clientes, ganham bônus. Aqueles que ficam à margem do programa, ou seja, não se envolvem ou executam estas atividades ficam sem o bônus.

Enfim, um dado triste, que talvez ajude a explicar porque 9 em 10 companhias falham na implementação da estratégia: mais de 75% das organizações brasileiras não vinculam incentivos e remuneração à estratégia.

Ter disciplina

– Por último, temos que ter disciplina. Disciplina para levar adiante o que foi decidido no plano, ser realista com todos, mesmo que isto doa, terminar aquilo que se iniciou e rediscutir aquilo que possa ter mudado por forças externas ao projeto. Ater-se ao planejado não significa fechar os olhos às mudanças que acontecem no macro-ambiente. Ajustar o plano às alterações políticas, econômicas, tecnológicas e sociais é um pré-requisito para o sucesso da execução.

O que queremos dizer com disciplina é não se dobrar aos obstáculos inerentes a qualquer implementação de projeto ou plano estratégico. A vaidade, as barreiras psicológicas, a zona de conforto e a insegurança são alguns dos vilões que atrapalham a disciplina da execução. A vaidade é o pior inimigo na construção de equipes e resultados. O “eu” normalmente sobrepõe-se ao “nós”. A equipe então “amolece”, fazendo apenas aquilo que lhe cobram, sem esforço extra ou convicção. Ficam letárgicos e parados. As barreiras psicológicas têm relação com a falta de coragem para dizer não, mesmo quando todo mundo ao seu redor deseja ouvir um sim. A zona de conforto é a fusão da vaidade com as barreiras psicológicas. Ou seja, melhor não mudar, pois estava dando certo assim até hoje, e afinal de contas, os custos em termos de relacionamentos com subordinados, pares e direção podem ser altos demais para eu sustentar. A insegurança é o risco que não queremos correr. Enquanto o risco estava no papel, tudo bem. Agora que tenho que me dar com ele na vida real, vacilo. Ajo como se fosse uma avestruz: enfio a cabeça no buraco esperando que o problema passe.

Um presidente de uma empresa, foi, no passado, visto como um destruidor e autocrata. Sua fama era de ser desumano a ponto de demitir 100.000 funcionários e vender parte da empresa. Hoje, este mesmo homem, antes de se aposentar, deixou esta mesma empresa com um saldo positivo de empregos da ordem de 315.000, vendas de 156 bilhões de dólares e multiplicou por 26 o valor de mercado da empresa.

Seu nome: Jack Welch. Provavelmente o melhor executor de projetos do mundo. Enfim, fazer acontecer, é parte da estratégia, não uma função isolada da gestão de projetos. Estratégia é 30% do sucesso. Setenta por cento é execução. Faça a seguinte pergunta a você mesmo: “Na minha empresa, o problema está na estratégia ou na execução?” Pense nisto!

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

GESTÃO DA PRODUÇÃO - PCP

Texto enviado por Pedro Tiago de Jesus Oliveira - Eng°Químico da Fábrica Química Petróleo e Derivados em 19/09/12.

GESTÃO DA PRODUÇÃO – PCP

Introdução ao Planejamento e Controle da Produção


 

Uma das maiores dificuldades para o desempenho da função PCP refere-se a relacionamentos. Por administrar informações de diversas áreas, o PCP está em constante processo de negociação com os diferentes agentes dentro do processo produtivo. O PCP é o representante da área de vendas dentro da fábrica, é ele quem sabe das prioridades e prazos de entrega dos produtos aos clientes e faz a programação de modo que atenda a esse objetivo. No entanto, os interesses são antagônicos, enquanto a Produção quer uma programação estável e antecipada de grandes lotes, Vendas querem maior flexibilidade e diversidade para atender as constantes mudanças no mercado. Como manter níveis de produção estáveis se a demanda é totalmente instável? Talvez algum dia alguém queira responder a essa questão, ainda mais quando se trata de administrar recursos escassos. O PCP precisa ponderar esses diferentes interesses fazendo com que a produção atenda ao planejamento, otimizando ao máximo os recursos sem deixar de atender ao cliente.

 

Em virtude do aumento crescente no grau de exigências do mercado consumidor e também no nível de competitividade do comércio interno e externo e devido a outros fatores, a única forma de sobrevivência para as mesmas é procurar atingir um melhor desempenho global, especialmente no que se refere a variáveis como: qualidade, custo e flexibilidade. Procurando sempre obter uma vantagem competitiva em relação aos concorrentes, tornar-se atraente para os consumidores.

Com foco neste objetivo, faz-se necessário um processo de redescoberta da manufatura, como meio de se obter a vantagem competitiva pretendida em relação aos concorrentes, fazendo surgir novas formas de se gerenciar a produção e contribuindo de forma direta para o sucesso de toda organização.

Ao se encontrar novas formar ou novas filosofias de gerir a produção, voltadas para realidade de cada organização, certamente haverá uma vantagem competitiva para as organizações.

Uma maneira de se identificar de que forma estes novos sistemas de gestão da produção são aplicados e quais são suas principais características, é estudá-los através das atividades de planejamento e controle da produção - PCP. Estas atividades foram escolhidas devido a sua ligação direta com a Gerência de Produção, tanto no longo prazo quanto no médio prazo, e por seu interfaceamento com outras áreas do sistema de manufatura, tais como: Comercial, Administrativo, Gerência de Produto e Produção (Chão-de-fábrica).

De forma geral, as organizações se preocupam em melhorar sempre o desempenho dos processos de manufatura e estão cientes da necessidade de integração de seus sistemas, de maneira que o processo de produção esteja integrado em si mesmo e com outras funções da empresa, evitando que surjam barreiras entre os departamentos. O objetivo da integração é tornar o acesso à informação rápido e seguro, com o intuito de agilizar o processo de tomada de decisões. Esta integração pode ser feita através de sistemas de comunicação e da utilização de tecnologias específicas.

A adoção de novas tecnologias e sistemas de produção tem sido muitas vezes analisadas e decididas apenas sob uma ótica operacional e de curto prazo, não sendo consideradas suas implicações no que se refere a questões estratégicas dentro da organização. É necessário considerar que as decisões sobre a manufatura devem necessariamente estar integradas com as decisões estratégicas da organização, significando dizer que a organização deve definir claramente como vai inserir seus produtos no mercado e de que forma pretende alcançar uma vantagem competitiva visando obter um grau de diferenciação em relação aos seus concorrentes.

Surge, portanto, o conceito de Estratégia da Manufatura, através da qual as decisões a respeito do projeto e implementação de um sistema de planejamento e controle da produção passam a serem vistas sob uma ótica estratégica.

Especificamente no Brasil, algumas empresas vêm dedicando esforços para se adequar a esta nova realidade competitiva, procurando modernizar seus sistemas de produção e a qualidade dos seus produtos/serviços. Contudo, ainda são restritas as informações a respeito da difusão dessas novas técnicas de gerenciamento da manufatura e de que forma as empresas estão procurando modernizar seus sistemas organizacionais, como meio de se enquadrarem ao ambiente competitivo predominante no mercado atual.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A NOVA REALIDADE COMPETITIVA

O conceito de Estratégia da Manufatura é relativamente recente e é frequentemente atribuída ao trabalho de Skinner (1969). Este conceito tem sido quase que exclusivamente, tratado dentro das escolas de administração de empresas. Para

Algumas definições para Estratégia de Produção:

·         "Uma Estratégia de Produção é um conjunto de planos e políticas através dos quais a companhia objetiva obter vantagens sobre seus competidores e inclui planos para a produção e venda de produtos para um particular conjunto de consumidores"

  • "Uma Estratégia de Produção consiste num padrão de decisão nas principais áreas de operações de manufatura".

Nos últimos anos, poucas áreas dentro da administração de empresas mudaram tanto como a administração da produção. Principalmente, no mundo ocidental, existe hoje um movimento crescente de revalorização do papel da produção no atendimento dos objetivos estratégicos das empresas e podem ser classificadas em três categorias principais:

·         Uma crescente pressão por competitividade que os mercados regionais e mundiais têm demandado das empresas, com a queda de barreiras protecionistas e o surgimento de novos concorrentes a nível mundial;

·         O potencial competitivo que representa o recente desenvolvimento de novas tecnologias de processo e de gestão de manufatura, como os sistemas de manufatura integrada por computador e os sistemas flexíveis de manufatura;

·         O melhor entendimento do papel estratégico que a produção pode e deve ter no atendimento dos objetivos globais das empresas.

OBS:

O sucesso alcançado pelas empresas japonesas, na conquista de mercados antes dominados pelas empresas ocidentais (Americanas), foi obtido pela alta qualidade e baixos preços de seus produtos, conseguidos através de uma excelência na Produção (manufatura). A manufatura, utilizada como arma competitiva, proporcionou aos produtos japoneses a conquista de mercados, devido a sua superior qualidade e confiabilidade, assim como a sua melhor resposta às necessidades e oportunidades do mercado.

A produção tem influência direta sobre os aspectos do desempenho competitivo, como confecção de produtos sem erros, entregas confiáveis e rápidas ao consumidor, habilidade de introduzir novos produtos em prazos adequados, oferecimento de uma variedade de produtos para satisfazer a exigências dos consumidores. Por isso, a manufatura passa a ser considerada como um setor que, como nenhum outro, tem o potencial de criar vantagem competitiva sustentada através da excelência em suas práticas.

Fatores Causadores das Mudanças

Os principais motivos, pelos quais as empresas ocidentais perderam capacidade de competitividade e foram superadas por empresas de países com menor tradição industrial, podem ser resumidos, nos seguintes pontos:

·         Excessiva especialização de funções, o que acabou dificultando a comunicação e a integração rápida e eficaz entre os setores de uma organização;

·         Os gestores administradores ocidentais estavam mais preocupados com assuntos relacionados aos setores de marketing e finanças do que com questões tecnológicas, próprias do setor de produção. Isto levou também a que fossem tomadas decisões baseadas em considerações de curto prazo, que trouxessem resultados rápidos (investir em publicidade e promoções), do que em decisões relacionadas a melhorias estruturais e infra-estruturais, cujos resultados só apareceriam no longo prazo;

·         As organizações não deram importância às mudanças ocorridas no mercado mundial, que passou a demandar maior qualidade e variedade de produtos, e também não apresentaram alternativas em como a manufatura deveria mudar para atender a estas necessidades.

Surge então, a necessidade de mudanças, devido ao fato de que as modernas empresas industriais estão enfrentando, nos últimos anos, uma série de desafios impostos pelo mercado, onde a competição torna-se cada vez mais acirrada, fazendo com que as empresas que não se adaptarem às novas premissas, perderão mercado, não se tornarão competitivas e terão sua própria sobrevivência ameaçada.

Por este motivo, procurou-se analisar quais são os fatores que provocaram estas mudanças, e que estratégia deve ser tomada para se adaptar a esta nova realidade competitiva.

Dentre os principais fatores causadores destas mudanças, pode-se citar como os mais importantes:

·         Consumidores exigentes (infiéis);

·         Concorrência direta e indireta (comércio eletrônico);

·         Desenvolvimento tecnológico  e queda da reserva de mercado;

Os consumidores passaram a exigir produtos com alta qualidade e a preços baixos, além de exigirem produtos e serviços adaptados às suas necessidades específicas e peculiares.

Com a globalização da economia, as empresas enfrentam um número maior de concorrentes, cada um deles capaz de introduzir novos produtos ou serviços no mercado, renovados rapidamente, com alta qualidade e a baixo custo. A grande concorrência entre as empresas modificou o mercado, em virtude das mudanças constantes, ou seja, em um determinado momento ela é regida pela demanda, em outra regida pela oferta.

Além disso, o desenvolvimento tecnológico fez com que surgissem novos equipamentos, novos materiais e processos produtivos, provocando um aumento nas possibilidades de desenvolvimento de novos produtos. O desenvolvimento de novas tecnologias de processo possibilita a redução dos tempos de projetos até a produção final, reduzindo o tempo do pedido até a entrega, além da melhoria na qualidade dos produtos; Estes fatores, descritos acima, impõem às organizações novas condições de operação aos sistemas de produção, para que às mesmas possam continuar competindo no mercado.

Competitividade com Qualidade de Produção

A qualidade exerce um papel relevante dentro do contexto das empresas modernas e tem contribuído destacadamente para o ganho de vantagem competitiva. A gestão da qualidade total, dentro da empresa, significa atender as necessidades e expectativas dos clientes, garantindo um produto livre de falhas. A qualidade deve ser incorporada a cultura do sistema de manufatura, buscando sempre o aperfeiçoamento do processo produtivo. Naturalmente, esse é um processo longo, porém mais do que técnicas é preciso conscientizar cada funcionário sobre a importância da excelência da qualidade em cada tarefa realizada. Hoje é largamente aceito que os programas de qualidade total deveriam enfatizar fundamentalmente às pessoas, pois sem uma força de trabalho comprometida e treinada, a qualidade total não pode acontecer de forma sustentada, mesmo com bons sistemas de informação para a qualidade.

Uma prioridade competitiva baseada em custos significa entregar o produto ao cliente com preço menor que o do concorrente. Uma produção com qualidade e baixo custo será sempre importante, pois além de implicar em produzir a preços mais baixos, aumentando a competitividade, também pode aumentar diretamente as margens de contribuição da operação. No entanto, pode tornar-se perigoso a noção de que uma boa indústria é uma indústria com baixos custos, se junto com essa atitude, a mesma sacrificar outras prioridades competitivas como: flexibilidade, novos projetos, satisfação do cliente interno, etc.

Porém, deve-se considerar a “Flexibilidade” como sendo uma ação de estratégia, pois ela representa a capacidade do sistema de produção responder eficazmente a mudanças não planejadas. Estas mudanças tanto podem ocorrer na demanda por produtos, no fornecimento de insumos, como no processo produtivo propriamente dito.

 

 

 

Para estar preparado para estas mudanças, o sistema de produção deve desenvolver cinco tipos de flexibilidade:

·         Flexibilidade de novos produtos: habilidade de incluir ou alterar produtos;

·         Flexibilidade de mix: habilidade de produzir determinado subconjunto da linha de produtos em determinado intervalo de tempo;

·         Flexibilidade de volumes: habilidade de alterar os níveis agregados de produção de forma eficaz;

·         Flexibilidade de entrega: habilidade de alterar as datas de entrega dos pedidos.

Segundo alguns estudiosos, a flexibilidade é alcançada através da redução dos tempos de preparação de máquinas, treinamento de funcionários, eficiente layout de equipamentos, mão-de-obra motivada, etc.

No caso específico da mão-de-obra, ela abrange tanto o nível administrativo quanto o chão-de-fábrica. A nível administrativo é interessante desenvolver uma visão global dos processos da empresa através de rodízios de cargos, porém deve-se levar em consideração aptidão profissional de cada indivíduo. A nível dos operários é interessante a sua qualificação na operação de vários equipamentos, programação de máquinas CNC, controle da qualidade e resolução de problemas.

A nova realidade competitiva não permite barreiras entre os departamentos. Isto pode ser feito utilizando-se da tecnologia como ferramenta para a integração e implantando-se sistemas de comunicação.

Os sistemas de informações desempenham um importante papel na coordenação e no compartilhamento de informações entre setores, permitindo a viabilidade de um fluxo rápido e atualizado das informações dentro do sistema de manufatura. Através dos sistemas de informações agiliza-se o processo de tomada de decisões nos diversos níveis da organização, melhorando o desempenho e a sua competitividade.


 

 

 

 

Produção:

Devido ao sucesso alcançado no Oriente e em algumas empresas inovadoras ocidentais (XEROX, IBM, GM, HP,etc.) na implantação da filosofia JIT, diversos autores tem procurado disseminar os conceitos fundamentais da nova filosofia, passando a tratar esta estratégia de ação empresarial de forma unificada e abrangente para todas as áreas da empresa. Começaram a surgir definições mais homogêneas sobre o que é a filosofia JIT, através das quais pode-se definir uma série de princípios que orientam o assunto.

Podemos dizer que o sistema Just-In-Time (JIT) é mais do que um conjunto de técnicas, sendo considerado como uma completa filosofia, a qual inclui aspectos de administração de materiais, gestão da qualidade, arranjo físico, projeto de produto, organização do trabalho e gestão de recursos humanos.

Ou que a filosofia JIT se constitui em uma estratégia de competição industrial, objetivando fundamentalmente dar uma resposta rápida às flutuações do mercado (orientado para o consumidor), associando a isto um elevado padrão de qualidade e custos reduzidos dos produtos.

Baseados nestas definições pode-se dizer que a filosofia JIT tem como objetivo fundamental a melhoria contínua do processo de manufatura, garantindo a qualidade dos produtos e serviços de uma empresa, através do envolvimento das pessoas, buscando a simplicidade nos processos, eliminação dos desperdícios, garantindo a flexibilidade no atendimento das necessidades dos clientes.

De maneira geral, estas definições convergem para os seguintes princípios básicos, que constituem a filosofia JIT:

  • Eliminação de desperdícios;
  • Melhoria contínua;
  • Envolvimento total das pessoas;
  • Flexibilidade;
  • Simplicidade de métodos e processos;
  • Qualidade total.

  • Eliminação de desperdícios :

 

Alguns autores definem a filosofia JIT com um sistema de manufatura cujo objetivo é otimizar os processos e procedimentos através da redução contínua de desperdícios.Portanto, é importante identificar as sete categorias de desperdícios, que são:

1.     Superprodução: consiste-se em fabricar mais produtos que o necessário, produzindo antecipadamente à demanda, para o caso dos produtos serem requisitados no futuro. Os motivos usuais para isto são : altos tempos de preparação de equipamentos, induzindo à produção de grandes lotes; incerteza da ocorrência de problemas de produção e qualidade; falta de coordenação entre as necessidades (demanda) e a produção em termos de quantidades e momentos. A filosofia JIT determina que se produza somente o que é necessário no momento, evitando a formação de estoques.

 

2.     Espera: refere-se ao material que está esperando para ser processado, formando filas que visam garantir altas taxas de utilização dos equipamentos. A sincronização do fluxo de trabalho e o balanceamento das linhas de produção contribuem para a eliminação deste tipo de desperdício, além de focalizar a atenção no fluxo de materiais e não nas taxas de uso dos equipamentos.

 

3.     Transporte: encaradas como desperdício de tempo e recursos, as atividades de transporte e movimentação devem ser eliminadas ou reduzidas ao máximo, através da elaboração de um arranjo físico adequado, diminuindo as distâncias a serem percorridas.

 

4.     Estoques: os estoques significam desperdício de investimento e espaço, além de acobertarem os problemas de produção que resultam em baixa qualidade e baixa produtividade. A redução dos estoques deve ser feita através da eliminação das causas geradoras da necessidade de manter estoques.

 

5.     Processamento: Qualquer elemento que adicione custo e não valor ao produto deve ser eliminado, portanto deve-se utilizar metodologias de engenharia e análise de valor, buscando a simplificação, redução do número de componentes ou operações necessárias para produzir determinado produto.

 

6.     Movimento: a economia dos movimentos aumenta a produtividade e reduz os tempos associados ao processo produtivo. Este desperdício é combatido aplicando-se as metodologias de estudo de métodos e estudo do trabalho, visando alcançar economia e consistência nos movimentos.

 

7.     Produção de produtos defeituosos: produzir produtos defeituosos significa desperdiçar materiais, disponibilidade de mão-de-obra e equipamentos, movimentação, armazenagem e inspeção de produtos defeituosos. A filosofia JIT, baseia-se na concepção de que os defeitos não devem ser aceitos e não devem ser gerados. O processo produtivo deve ser desenvolvido de maneira que previna a ocorrência de defeitos.

Qualidade Total:

O princípio de qualidade total da filosofia JIT é o mais abrangente possível, com ênfase no Controle de Qualidade Total (TQC), visando concentrar esforços em todos os setores da empresa, iniciando no projeto do produto, passando pelos fornecedores, difundindo-se por todo o processo de produção e atingindo os clientes, medindo sua satisfação em adquirir o produto, como principal forma de avaliação de sucesso.

Ao se projetar os produtos, a ênfase na qualidade total deve levar os engenheiros a estabelecerem o processo produtivo de maneira que sempre saiam produtos dentro dos padrões aceitáveis de qualidade. No que diz respeito à produção, os esforços são concentrados na eliminação de todas as fontes possíveis de defeitos nos processos de fabricação e, em consequência, dos produtos destes processos. Na escolha de fornecedores, deve-se alterar os critérios de seleção por preço-prazo-qualidade para qualidade-prazo-preço, para que se possa trabalhar dentro dos princípios estabelecidos.

Em termos organizacionais, o princípio de qualidade total conduz a um redirecionamento nas atividades do departamento de controle de qualidade, diminuindo a importância da inspeção e aumentando a ênfase no sentido da prevenção e treinamento.

O Sistema Jus In Time

Algumas das principais características do sistema de produção JIT, que retratam os aspectos da filosofia JIT e como estes se diferenciam das abordagens tradicionais de administração da produção, são:

  • Um sistema JIT apresenta a características de "puxar" a produção ao longo do processo, de acordo com a demanda, isto é, o material somente é processado em uma operação se o mesmo é requerido em uma operação subsequente do processo. Diferentemente da abordagem tradicional, onde os sistemas "empurram" a produção desde a compra de matéria-prima e componentes até os estoques de produtos acabados.

 

·         O sistema JIT é um sistema ativo, que incentiva o questionamento e a contínua melhoria do processo, não aceitando problemas tais como : peças defeituosas e quebra de máquinas.

 

  • A redução de estoques é um dos principais objetivos da filosofia JIT, pelo fato dos mesmos além de representarem altos investimentos de capital e ocuparem espaço, acobertam ineficiências do processo produtivo, tais como problemas de qualidade, alto tempo de preparação de máquina para troca de produtos e falta de confiabilidade nos equipamentos.

 

  • As previsões de venda servem apenas para dimensionar o sistema produtivo, pois a programação é feita pela própria estrutura de produção, em função da demanda; diferentemente do sistema convencional, onde as previsões de venda servem tanto para dimensionar o sistema produtivo quanto para programar a produção propriamente dita.

 

  • O layout do processo de produção é celular, dividindo-se os componentes produzidos em famílias com determinados roteiros de produção e formas similares; dessa forma pode-se reduzir o tempo de movimentação das partes componentes desse produto e o tempo gasto com a preparação de equipamentos.

 

  • O sistema JIT não considera erros como inevitáveis, e sim estabelece como meta eliminá-los, através do aprimoramento contínuo em todos os aspectos da empresa, desde o projeto do produto até o desempenho operacional do processo.

 

  • A aplicação da filosofia JIT requer obrigatoriamente a participação e o envolvimento da mão-de-obra, no sentido de viabilizar o processo de aperfeiçoamento contínuo, procurando identificar e solucionar os problemas. Sendo assim, o sistema JIT impõe um novo papel para a mão-de-obra, passando esta a possuir uma responsabilidade muito maior na qualidade final do produto ou serviço da empresa, pois passa a ser função da mão-de-obra controlar a qualidade, fazer a manutenção preventiva e regular das máquinas, participarem diretamente do processo de programação e controle das atividades desenvolvidas pelas células de fabricação.

 

  • Na filosofia JIT, a organização e a limpeza são fundamentais para o sucesso de aspectos como a confiabilidade dos equipamentos, a visibilidade dos problemas, a redução de desperdícios, o controle e o aprimoramento da qualidade e a motivação dos trabalhadores.

 

  • A filosofia JIT coloca a ênfase da gerência no fluxo de produção e não na maximização da utilização da capacidade. Adotando o princípio de "puxar" a produção a partir da demanda, garante que os equipamentos sejam utilizados apenas nos momentos necessários.

PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

Em um sistema de manufatura, toda vez que são formulados objetivos, é necessário formular planos de como atingi-lo, organizar recursos humanos e físicos necessários para a ação, dirigir a ação dos recursos humanos sobre os recursos físicos e controlar esta ação para a correção de eventuais desvios. No âmbito da administração da produção, este processo é realizado pela função de Planejamento e Controle da Produção (PCP).

Zacarelli (1979), denomina o PCP como Programação e Controle da Produção, definindo-o como " ... um conjunto de funções inter-relacionadas que objetivam comandar o processo produtivo e coordená-lo com os demais setores administrativos da empresa".

Para Burbridge (1988),"o objetivo do PCP é proporcionar uma utilização adequada dos recursos, de forma que produtos específicos sejam produzidos por métodos específicos, para atender um plano de vendas aprovado". Já para Plossl (1985),"o objetivo do PCP é fornecer informações necessárias para o dia-à-dia do sistema de manufatura reduzindo os conflitos existentes entre vendas, finanças e chão-de-fábrica".

Na visão de Martins (1993), "o objetivo principal do PCP é comandar o processo produtivo, transformando informações de vários setores em ordens de produção e ordens de compra - para tanto exercendo funções de planejamento e controle - de forma a satisfazer os consumidores com produtos e serviços e os acionistas com lucros".

Para atingir estes objetivos o PCP reúne informações vindas de diversas áreas do sistema de manufatura. A figura 2 relaciona as áreas e as informações fornecidas ao PCP.


Sendo assim, pode-se considerar o PCP como um elemento central na estrutura administrativa de um sistema de manufatura, passando a ser um elemento decisivo para à integração da produção.

Seguem observações de estudiosos sobre o PCP:

Russomano (1995) considera o PCP um elemento decisivo na estratégia das empresas para enfrentar as crescentes exigências dos consumidores por melhor qualidade, maior variação de modelos, entregas mais confiáveis. Por isso, a necessidade de se buscar uma maior eficiência nos sistemas de PCP.

Zacarelli (1979) afirma que dificilmente se encontra, na prática, dois sistemas de Planejamento e Controle da Produção iguais. Os principais fatores responsáveis por esta diferenciação são: tipo de indústria, tamanho da empresa e diferenças entre estruturas administrativas.

No entanto, independente do sistema de manufatura e estrutura administrativa, um conjunto básico de atividades de PCP deve ser realizado. Estas atividades são necessárias para a consecução dos objetivos do PCP, mas não necessariamente deverão estar todas sendo executadas numa área específica. Isto dependerá da configuração organizacional adotada pelo sistema de manufatura (Martins / 1993).

A figura 3 ilustra as atividades de PCP mais facilmente encontradas e executadas. As atividades devem ter uma hierarquia, isto é, devem ser executadas segundo uma ordem. No entanto, Gelders e Wassenhove (1982) lembram que o uso dessa abordagem requer cuidados para não se incorrer em sub-otimização. É possível estabelecer três níveis hierárquicos para o PCP :

  • Nível Estratégico (longo prazo);
  • Nível Tático (médio prazo);
  • Nível Operacional (curto prazo)



As análises das futuras condições de mercado e previsão da demanda futura são da maior importância para a elaboração do Planejamento de Longo Prazo. Mesmo em indústrias que fabricam produtos sob encomenda, onde não se faz nenhum estudo formal de previsão de demanda, a alta direção pode fazer conjecturas sobre o estado da economia e o seu impacto nos negócios futuros da empresa.

As previsões de demanda podem ser classificadas em : longo prazo, médio prazo e curto prazo.

Curto prazo: estão relacionadas com a Programação da Produção e decisões relativas ao controle de estoque.

Médio prazo: o horizonte de planejamento varia aproximadamente de seis meses a dois anos. Planos tais como: Plano Agregado de Produção e Plano Mestre de Produção se baseiam nestas previsões.

Longo prazo: o horizonte de planejamento se estende aproximadamente a cinco anos ou mais, ou seja, auxilia as decisões de natureza estratégica, como ampliações de capacidade, alterações na linha de produtos, desenvolvimento de novos produtos, etc.

 

Previsões de demanda podem se basear em dados referentes ao que foi observado no passado (previsão estatística) ou em julgamentos de uma ou mais pessoas (predição).

Um bom sistema de previsão deve ter boa acuidade, simplicidade de cálculo e habilidade de rápidos ajustes frente às mudanças.


As empresas devem se preparar elaborando planos de longo prazo para dimensionamento de suas capacidades futuras, através de estudos de previsão de demanda e objetivos formulados pelo planejamento estratégico feitos pela alta administração, com a finalidade de se fazer a previsão dos recursos necessários ( equipamentos, mão-de-obra especializada, capital para investimentos em estoque ) que geralmente não são passíveis de aquisição no curto prazo.


Elabora-se com base no Planejamento de Longo Prazo, o Planejamento Agregado de Produção, cujo resultado é um plano de médio prazo que estabelece níveis de produção, dimensões da força de trabalho e níveis de estoque. O horizonte do Plano Agregado de produção pode variar de 6 à 24 meses, dependendo da atividade industrial.  O planejamento é feito em termos de famílias de itens, isto é, os produtos a serem produzidos não são definidos de forma a terem uma constituição individual e completamente especificada, mas são agregados formando famílias de itens semelhantes.


O Planejamento Mestre da Produção (PMP) é o componente central da estrutura global apresentada na figura 3. Gerado a partir do plano agregado de produção, desagregando-o em produtos acabados, guiará as ações do sistema de manufatura no curto prazo, estabelecendo quando e em que quantidade cada produto deverá ser produzido dentro de um certo horizonte de planejamento. Este horizonte de planejamento pode variar de 4 à 12 meses, sendo que quanto menor for o horizonte de tempo maior será a acuracidade do PMP.

Resende (1989) lembra que quando existem diversas combinações de componentes para se obter o produto, pode ser preferível elaborar o PMP com base em produtos de níveis intermediários.

Para Higgins & Browne (1992), o PMP é um elemento fundamental na compatibilização dos interesses das áreas de Manufatura e Marketing.


É a atividade através da qual é feito o levantamento completo das necessidades de materiais para execução do plano de produção. A partir das necessidades vindas da lista de materiais, das exigências impostas pelo PMP e das informações vindas do controle de estoque (itens em estoque e itens em processo de fabricação), procura determinar quando, quanto e quais materiais devem ser fabricados e comprados.

O planejamento de materiais está intimamente ligado ao gerenciamento de estoques. Os tipos de estoques são: matérias-primas, produtos em processo e produtos acabados.

Os estoques consomem capital de giro, exigem espaço para estocagem, requerem transporte e manuseio, deterioram, tornam-se obsoletos e requerem segurança. Por isso, a manutenção de estoques pode acarretar um custo muito alto para um sistema de manufatura.

O Planejamento de Materiais deve, portanto ter como objetivo reduzir os investimentos em estoques e maximizar os níveis de atendimento aos clientes e produção da indústria.


 

 

 

Planejamento e Controle da Capacidade

É a atividade que tem como objetivo calcular a carga de cada centro de trabalho para cada período no futuro, visando prever se o chão-de-fábrica terá capacidade para executar um determinado plano de produção para suprir uma determinada demanda de produtos ou serviços. O Planejamento da Capacidade fornece informações que possibilitam: a viabilidade de planejamento de materiais; obter dados para futuros planejamentos de capacidade mais precisos; identificação de gargalos; estabelecer a programação de curto prazo e estimar prazos viáveis para futuras encomendas.

O Controle da Capacidade tem a função de acompanhar o nível da produção executada, compará-la com os níveis planejados e executar medidas corretivas de curto prazo, caso estejam ocorrendo desvios significativos. Os índices de eficiência, gerados pela comparação dos níveis de produção executados com os níveis planejados, o desempenho de cada centro produtivo e o desempenho do sistema de manufatura.

Programação da Produção

A atividade de programação determina o prazo das atividades a serem cumpridas, ocorrendo em várias fases das atividades de planejamento da produção. De posse de informações tais como: disponibilidade de equipamentos, matérias-primas, operários, processo de produção, tempos de processamento, prazos e prioridade das ordens de fabricação; as ordens de fabricação poderão ser distribuídas aos centros produtivos onde será iniciada a execução do PMP. Os objetivos da programação e seqüenciamento da produção são:

  • Aumentar a utilização dos recursos;
  • Reduzir o estoque em processo;
  • Reduzir os atrasos no término dos trabalhos

A programação da produção acontece em três níveis:

·         Programação no nível de planejamento da produção - é realizada na elaboração do PMP, quando se procura encontrar as quantidades de cada tipo de produto que devem ser fabricados em períodos de tempo sucessivos.

·         Programação no nível de Emissão de Ordens - acontece durante o processo de planejamento de materiais, onde determinam, com base no PMP, quais itens devem ser reabastecidos e suas datas associadas de término de fabricação e chegada de fornecimento externo.

·         Programação no nível de Liberação da Produção - determina para cada ordem de fabricação, quando é necessário iniciar a fabricação e quanto é preciso trabalhar em cada uma das operações planejadas. Isso é possível pelo conhecimento do tempo de passagem de cada componente, o qual contém o tempo de processamento e de montagem de cada operação, os tempos de movimentação e espera existentes entre cada operação.


Tem como objetivo acompanhar a fabricação e compra dos itens planejados, com a finalidade de garantir que os prazos estabelecidos sejam cumpridos. A atividade de Controle da Produção e Materiais também recolhe dados importantes como: quantidade trabalhadas, quantidade de refugos, quantidade de material utilizado e as horas-máquina e/ou horas-homem gastas. Caso algum desvio significativo ocorra, o Controle da Produção e Materiais deve acionar as atividades de PMP e Planejamento de Materiais para o replanejamento necessário ou acionar a atividade de Programação da Produção para reprogramação necessária.

Sistemas Utilizados no PCP

As atividades de Planejamento e Controle da Produção podem atualmente ser implementadas e operacionalizadas através do auxílio de, pelo menos, três sistemas:

  • MRP / MRPII;
  • JIT;
  • OPT

A opção pela utilização de um desses sistemas, ou pela utilização dos mesmos de forma combinada, têm se constituído numa das principais decisões acerca do gerenciamento produtivo nos últimos anos. A seguir, são relatados os conceitos e as principais características dos sistemas de produção acima mencionados.


O sistema MRP ("Material Requirements Planning" - Planejamento das necessidades de materiais) surgiu durante a década de 60, com o objetivo de executar computacionalmente a atividade de planejamento das necessidades de materiais, permitindo assim determinar, precisa e rapidamente, às prioridades das ordens de compra e fabricação.

O sistema MRP foi concebido a partir da formulação dos conceitos desenvolvidos por Joseph Orlicky, de que os itens em estoque podem ser divididos em duas categorias: itens de demanda dependente e itens de demanda independente. Sendo assim, os itens de produtos acabados possuem uma demanda independente que deve ser prevista com base no mercado consumidor. Os itens dos materiais que compõem o produto acabado possuem uma demanda dependente de algum outro item, podendo ser calculada com base na demanda deste. A relação entre tais itens pode ser estabelecida por uma lista de materiais que definem a quantidade de componentes que serão necessários para se produzir um determinado produto.

A partir do PMP e dos lead times de obtenção dos componentes é possível calcular \precisamente as datas que os mesmos serão necessários, assim como também é possível calcular as quantidades necessárias através do PMP, da lista de materiais e status dos estoques (quantidades em mãos e ordens a chegar).

OBS:

Os dados de entrada devem ser verificados e validados, pois a entrada de informações erradas resultará em ordens de fabricação e compra inválidos. O mesmo procedimento deve ser feito com relação à lista de materiais, com as mesmas refletindo o que acontece no chão-de-fábrica, tanto em quantidades quanto em precedência entre as partes componentes do produto acabado, pois caso contrário, as listas de materiais resultarão em necessidades erradas de materiais, tanto em quantidades quanto nas datas.

Os benefícios trazidos pelo MRP são: redução do custo de estoque; melhoria da eficiência da emissão e da programação; redução dos custos operacionais e aumento da eficiência da fábrica.

O fluxo de informações de entrada e saída de um sistema de MRP está ilustrado na figura 4.

Atenção:

Algumas razões para que ocorram falhas na implementação de um sistema MRP: o MRP ser visto como um sistema único, ou seja, o MRP ser encarado como um sistema fechado com retroalimentação; afirmar que o MRP se adéqua a qualquer tipo de empresa e; acreditar que o MRP é uma tecnologia acabada.

Com a finalidade de se conseguir uma implementação de sucesso de um sistema MRP, é necessário entre outros fatores: realizar uma adequação do MRP ao sistema de manufatura; o comprometimento e envolvimento da alta gerência; treinamento dos empregados.


O sistema MRP II ("Manufacturing Resources Planning" - Planejamento dos Recursos da Manufatura) é a evolução natural da lógica do sistema MRP, com a extensão do conceito de cálculo das necessidades ao planejamento dos demais recursos de manufatura e não mais apenas dos recursos materiais.

O MRP II é um sistema hierárquico de administração da produção, em que os planos de longo prazo de produção, agregados (que contemplam níveis globais de produção e setores produtivos), são sucessivamente detalhados até se chegar ao nível do planejamento de componentes e máquinas específicas.

O sistema MRP II é um sistema integrado de planejamento e programação da produção, baseado no uso de computadores. Estes softwares são estruturados de forma modular, possuindo diversos módulos que variam em especialização e números. No entanto, pode-se afirmar que os módulos principais do MRP II são:

  • Módulo de planejamento da produção (production planning)

Este módulo visa auxiliar a decisão dos planejadores quanto aos níveis agregados de estoques e produção período-a-período. Devido a agregação e quantidade de dados detalhados, é usado para um planejamento de longo prazo.

  • Módulo de planejamento mestre da produção (master production schedule ou MPS)

Este módulo representa a desagregação em produtos individualizados do plano de produção agregado, e tem como objetivo auxiliar a decisão dos usuários quanto aos planejamentos das quantidades de itens de demanda independente a serem produzidas e níveis de estoques a serem mantidos. Usando uma técnica chamada rough-cut capacity planning, é possível determinar a viabilidade dos planos de produção quanto a capacidade de produção.

  • Módulo de cálculo de necessidade de materiais (material requirements planning ou MRP)

A partir dos dados fornecidos pelo MPS, o MRP "explode" as necessidades de produtos em necessidades de compras e de produção de itens componentes, com o objetivo de cumprir o plano mestre e minimizar a formação de estoques.

  • Módulo de cálculo de necessidade de capacidade (capacity requirements planning ou CRP)

O módulo CRP calcula, com base nos roteiros de fabricação, a capacidade necessária de cada centro produtivo, permitindo assim a identificação de ociosidade ou excesso de capacidade (no caso da necessidade calculada estar muito abaixo da capacidade disponível) e possíveis insuficiências (no caso das necessidade calculadas estarem acima da capacidade disponível de determinados recursos). Com base nestas informações, um novo MPS será confeccionado ou algumas prioridades serão mudadas.

  • Módulo de controle de fábrica (shop floor control ou SFC)

O módulo SFC é responsável pelo sequenciamento das ordens de fabricação nos centros produtivos e pelo controle da produção, no nível da fábrica. O SFC busca garantir às prioridades calculadas e fornecer feedback do andamento da produção para os demais módulos do MRP II.

Os módulos principais relacionam-se, possibilitando um circuito fechado de informações, como está ilustrado na figura 5 abaixo.


Algumas das principais características do sistema MRP II:

  • É um sistema no qual a tomada de decisão é bastante centralizada o que pode influenciar a capacidade de resoluções locais de problema, além de não criar um ambiente adequado para o envolvimento e comprometimento da mão-de-obra na resolução de problemas.

 

  • O MRP II é um sistema de planejamento "infinito", ou seja, não considera as restrições de capacidade dos recursos.

 

  • Os lead times dos itens são dados de entrada do sistema e são considerados fixos para efeito de programação; como conforme a situação da fábrica, os lead times podem mudar, de acordo com a situação das filas do sistema, os dados usados podem perder à validade.

 

  • O MRP II parte das datas solicitadas de entrega de pedidos e calcula as necessidades de materiais para cumpri-las, programando as atividades da frente para trás no tempo, com o objetivo de realizá-las sempre na data mais tarde possível. Este procedimento torna o sistema mais suscetível a fatores como: atrasos, quebra de máquinas e problemas de qualidade.

As críticas mais comuns que são feitas ao sistema MRP II, dizem respeito: a sua complexidade e dificuldade de adaptá-lo às necessidades das empresas; ao nível de acuracidade exigidos dos dados; o fato do sistema assumir capacidade infinita em todos os centros produtivos; não enfatizar o envolvimento da mão-de-obra no processo.

No entanto, alguns fatores positivos são ditos do sistema MRP II, entre os quais pode-se citar : a introdução dos conceitos de demanda dependente; ser um sistema de informações integrado, pondo em disponibilidade um grande número de informações para os diversos setores da empresa.

Seguem abaixo, alguns pontos fundamentais que devem ser obedecidos para que se tenha uma implementação bem sucedida de um sistema MRP II:

  • Possuir uma clara definição dos objetivos do sistema e dos parâmetros que podem medir seu desempenho;
  • Ter um intenso programa de treinamento da mão-de-obra sobre os objetivos e funcionamento do sistema;
  • Ter uma base de dados acurada e atualizada, com relação a estruturas de produtos, registros de estoques e lead times.


A escolha pelas organizações por um dos sistemas de PCP (ou por uma combinação deles) constitui-se em uma importante decisão, que deve estar de acordo com as necessidades estratégicas da organização. É importante que a empresa tenha uma visão muito clara do negócio em que está envolvida e qual é o seu foco de atuação, pois existe uma grande variedade de objetivos e políticas de marketing. Estas variedades refletem as diferenças entre os vários segmentos de mercado, que podem incluir: diferentes necessidades quanto aos tipos de produtos; variedade da linha de produtos; tamanho dos pedidos dos clientes; frequência de mudanças no projeto do produto; e introdução de novos produtos.

Os diferentes segmentos de mercado vão demandar diferentes níveis de desempenho nos diferentes critérios competitivos, que são influenciados pelo sistema de manufatura; o que evidencia a importância da escolha do sistema de produção para a estratégia da empresa. A escolha do Sistema de Administração da Produção, do tipo de tecnologia do processo produtivo e dos recursos humanos que a empresa decidiu usar para competir, deve ser coerente com a estratégia global da organização e coerente uma em relação à outra.

Existem algumas variáveis que devem servir de referência ao se escolher um sistema de PCP. Estas variáveis são: variedade de produtos; complexidade dos roteiros; introdução de novos produtos; complexidade das estruturas; variabilidade dos lead-times; nível de controle; centralização na tomada de decisões; favorecimento de melhoria contínua e simplicidade do sistema. Deve-se observar que qualquer análise em termos de adequação ou não de um sistema de PCP a um determinado sistema produtivo não deve ser feita de forma isolada ou parcial, mas sim analisado em conjunto dentro do contexto da organização.